tenho a minha demissão planeada para segunda. amanha vou a uma entrevista para o cargo de Encarregado fabril. entretanto ja falei com uns sócios la na fabrica para mudar de empresa dentro do grupo. para já ainda não avisei o meu chefe das minhas intenções.
e com isto culmino o final do meu segundo ano a trabalhar. já fui tecnico de lab, investigador e operario fabril. já trabalhei por turnos, com horário e sem horário. já trabalhei num lugar onde não percebia a lingua e já trabalhei para pessoas que não gostava. restou-me para ultimo trabalhar para pessoas que não respeito.
não sei se estou a ser muito esperto. eu ate nem ganho mal. só detesto o que faço, ou o pouco que faço. acho que isto é daquelas coisas como viver no estrangeiro. ao fim de 3 meses sabes logo se voltas ou se ficas por lá. é óbvio apesar de no inicio não o ser.
vem agora o desemprego. percurso estranho o meu. ficar desempregado, por iniciativa própria, no meio de uma crise económica.
ter o fim-de-semana a começar a uma terça-feira é sempre algo que deve assinalar de muitas maneiras diferentes. hoje tentarei pelo menos duas.
Monday, April 28, 2008
aquilo que me venho apercebendo das séries que vejo é a crescente aposta no formato: há cada vez mais dinheiro e cada vez menos tabus. o californication, por exemplo, é um sexo e a cidade do século XXI, porque na década de 90 não se estaria à espera de ver uma série tão arrojada e de tão boa qualidade.
o que ainda estará para vir?
não sei se me sinto pior por me terem partido o vidro do carro, ou por não me enquadrar nos requesitos de uma empresa qualquer. hoje claramente não é um dia bom.
mesmo não sabendo nada sobre o jack london, já aqui tinha postado esta imagem. o pouco que sei da história do bicho sempre me impressionou, e mais do que 5 vezes desfolhei livros dele em livrarias e feiras do livro, sem nunca dar o passo seguinte: pagar por eles. isto claro, até ver o into the wild: pausei o filme, fui à amazon e comprei logo dois.
quando compro qualquer coisa o dinheiro voa logo da minha conta. só o ordenado é que leva 5 dias úteis a chegar.
já não podia ouvir dizer bem do friends e continuar a achar que aquilo era uma bartolice pegada. comecei então e no final da terceira temporada, e por estar a gostar, resolvi fazer uma paragem por tempo indefinido. então, passei à próxima série da lista:
o dia amanheceu solarengo, muito solarengo. é pegar em mesas, cadeiras, almoço, talheres, portátil e colunas e ir ouvir música para o quintal de trás enquanto se come o resto do choucroute.
e que melhor música para este momento do que esta?
o índice anual per capita de festas na minha casa bate recordes. aposto que passámos a média de esposende (obrigado luís e tiago), e a de miami tá quase no papo.
dia 2 de maio tenho de usar um dia de férias a contra gosto. a empresa fecha e quem não pensou em gastar um dia de férias, vai ter mesmo de pensar nisso porque não há alternativa.
basicamente ninguém viria trabalhar nesse dia porque dia 30 é o aniversário da rainha, dia 1 é o dia da ascensão (não há dia do trabalhador nesta terra de conservadores liberais) e dia 2, sexta-feira, é "ponte".
vou telefonar para o sindicato, isso sim. cabrões!
haverá outro país no mundo onde uma revolução se faça assim?
quando se tem 24 anos tende-se a ter medo ao inicio, mas depois perde-se o medo que só volta aos 27.
de todas as minhas tarefas, a mais dificil é definir a programação televisiva em casa. existem filmes que têm de ser vistos, mas que eu sei à partida que alguém vai adormecer se forem para o ar depois do jantar. existem outros filmes que podem ser vistos a qualquer hora e ainda outros que eu não quero ver, mas que têm de ser vistos, mesmo que alguem que não eu adormeça no processo. por isso quando se decide ver um filme é preciso ter um stock de pelo menos 5 filmes à mão. olha-se para o relógio, recordamos a conversa ao jantar, remoemos, quanto tempo dura o filme? epa este vai demorar duas horas, espreitamos a moral pelo canto do olho, pedimos uma opinião. avaliamos. aguenta? e eu? quero ver? depois existem aqueles filmes que eu tenho sempre medo de ver. eu sei que vou gostar, mas tenho medo de não gostar, aqueles filmes que nunca são escolhidos, que ficam lá sempre à espera do dia. do dia. hoje vi juno. é bom do inicio ao fim. um filme não só é bom quando é bom. é bom também quando os dois gostamos do filme. por isso, digo sem medo nenhum, que não passava cá em casa um filme tão bom desde little miss sunshine.
houve uns tempos em que havia uma radio que não tinha nome. essa radio passava uma musica que mais nenhuma passava. essa radio chamava-se 91.6 e eu fiquei de matar o filho da puta que a matou.
depois de me perguntarem o que tinha achado de copenhaga, atirava para o ar, sem pensar muito no que estava a dizer, que as melhores cidades da europa são, por ordem:
lisboa barcelona copenhaga
e dizia depois que paris nem estaria no meu top 5, como se eu tivesse um top 5, ou sequer pensado em ter um top 5. dizia depois, porque me lembrei, que londres seria a quarta qualificada e utrecht (podia ter dito setúbal, mas o impacto não seria tão interessante) receberia um honrado quinto lugar.
se quisesse dizer o que faço pelo ambiente. é muito moderno fazer coisas pelo ambiente. sou tão verdinho, eu também! tirando comer patos bravos, faisões e ovos de melro, claro está.
nunca tinha visto um faisão sem ser naqueles quadros muito bonitos com cenas de caça, com homens a cavalo, e etc. aqui é todos os dias, vários por dia, a cantarem à minha janela, a aterrarem à frente da minha super-bicicleta.
e daqui lanço a pergunta: como é possível passar por bichos destes, assim a 2 metros de nós, sem nos apetecer metê-los numa caçarola? não sei, admito que esse é o sentimento mais humano que eu tenho.
de ter uma final do euro portugal-frança é algo que me tem atormentado nos últimos tempos. ter uma final portugal-frança no meio de franceses, em que os bateríamos por três secas é assim tipo o sonho, que não sendo de infância, me vai criando água na boca.
o melhor poster do mundo está em santa apolónia, provavelmente nas mãos de um homem da cp, meia idade, bigode, a caminho do gabinete de apoio ao cliente! para aparecer depois do jantar, disse ela. pensei que nunca mais o veria. 20euros para o pagar, 20euros para a viagem + 20euros para a alfandega e eu deixo-o na porcaria da carruagem 23 lugar 16. se fosse em uk já me tinham feito explodir o poster e ainda levava uma multa por ter de fazer alguem ter de explodir o meu poster.
hoje há concerto de FunkAbilities ali bem perto de casa, no melhor sítio para sair à noite em utrecht. o mega jazz podium, um sítio refundido, numa cave, que em portugal já teria sido fechado pela asae, e até, quem sabe, pela câmara municipal e pela junta de freguesias (as duas ao mesmo tempo). sem condições, sem janelas, sem saídas de emergência, mas com bom som e muito bom ambiente e onde eu com o meu novo (!) cartão de estudante (?) só pago 4 euros para entrar. poderia ser melhor? claro que podia.
senhoras e senhores de haarlem, países baixos os funkabilities:
funkabilities - take a sec
é um daqueles sons levezinhos que nos fazem lembrar calor, praia, verão, férias, portanto, nada do que tenho por aqui. excluindo, talvez, as férias.
não faz sentido fazer um post que só eu posso entender, eu sei. na verdade apenas outra pessoa no mundo inteiro poderia entender este post se soubesse falar (bem) português. na verdade há mais outra na mesma situação, e mais 3 que eu acho que podem entender o post mais ou menos. portanto verdade verdadinha cerca de seis alminhas conseguiam entender este post se todos os ses se conjugassem. as todos estes ses ainda temos de juntar o se de que teriam de ler o blog e logo aí se passa de seis pessoas a uma só. e pronto, basicamente é isto.
aqui a malta do blog tem opinião sobre pouca coisa, opinião essa que, a haver, deverá ser nada fundamentada.
assim, e como ando há demasiado tempo para fazer um post sobre isto quero dizer que sou contra o acordo ortográfico. e desafio publicamente (fica sempre bem desafiar (alguém) publicamente) alguém que tenha visto o cidade de deus sem legendas pt-pt (português de portugal) ou lido a versão original do livro, ou visto o tropa de elite sem legendas pt-pt, a dizer de sua justiça.
não é só falar de vogais mudas, e o caralho que os foda, é preciso mais que isso. se calhar é preciso ver um episódio de uma telenovela brasileira para perceber que
os eventuais leitores rabichos também, e eventualmente os amantes de desporto em geral, os de desportos aquáticos em menos geral, e os da surfada em particular.
começam mais cedo quando a outra pessoa vai trabalhar. começam mais ou menos às 11 da noite de sexta, se não a acordar par ver a telenovela. começam mais ou menos assim: - cloverfield - beowolf - AVPR requiem - I am a legend - hitman
digam o que disserem, sabados é para trezentadas. das más de preferência
jericho é uma coisa que se abdicar de ir à internet, dá para ver as duas séries em duas semanas. mesmo quando nos deparamos com os seguintes constrangimentos: - tens de ver com outra pessoa - a outra pessoa adormece ao fim de 2 jerichos ou a partir das 11 da noite - a outra pessoa acorda às 11:30 para ver a telenovela - a outra pessoa pára de ver o jericho se por acaso nao tiver adormecido às 11 da noite. - a outra pessoa tem sono à noite e às vezes trabalha ao sabado - às vezes existem outras coisas para fazer alem de ver jericho.
senão dava para ver 30 episodios numa semana.
qualquer serie que fale sobre o fim do mundo, misturado com um conspiração, americanos rednecks, tudo isto no meio do kansas, arkansas ou north dakota, mixado com um xeirinho a far-west e trezentada bartola, para mim é mel
o darjeeling limited não é o life aquatic nem nada que se pareça. por muitas razões que não apenas o seu jorge, porque a banda sonora deste também é bem boazona. não é isso. é um bom filme, mas é um médio bom filme, assim tipo um 7 estrelas, não um 7,6 como lhe dão no imdb. mas o contexto em que vemos o filme é muito importante.M
mas. há sempre um mas (neste caso já é o segundo), o darjeeling unlimited é passado na índia, e só por isso leva um 7,5.
o american gangster é um daqueles filmes assim-assim, um daqueles filmes que tem uma história demasiado cinderela man, e demasiado preparada para ter como star o russel crowe, e que tem uma banda sonora maior do que merece.
uma banda sonora que naturalmente só poderia ou 1) fazer parte de um filme dos anos 70, ou 2) de um filme do tarantino. no meio ainda metem o anthony hamilton a cantar, que eu na altura, e até há 5 minutos atrás, estava pronto para dizer que era o john legend.
merece, só por si, uma estátua. e quem diz uma estátua diz qualquer outra coisa que sirva para homenagear o myspace em si, a internet em geral e a música descoberta via internet em particular.
senhoras e senhores, via myspace, os delta spirit!
ando aqui, com os joads, algures, a caminho da califórnia:
"As causas escondiam-se bem no fundo e eram simples - as causas eram a fome, a barriga vazia, multiplicada milhões de vezes, fome na alma, fome de um pouco de prazer, e de um pouco de tranquilidade, multiplicada milhões de vezes; músculos e cérebros que ansiavam por crescer, trabalhar, criar, multiplicados milhões de vezes"
a patricia, que agoro está a siringaitar pela casa, diz que não gosta da musica dos portished. No entanto o olhar que ela deitou ao pc quando a dona cantou não engana ninguém.
A patricia, que está tão ocupada a tirar o verniz das unhas, mandou dizer que gosta muito da tua música andré.
amanhã o dia mais importante do ano passa-me ao lado. com bilhetes a 100 euros é compreensível, quero eu acreditar.
eu adoro repetir-me e dizer que não gosto de o fazer. repetir-me faz parte de mim e por isso, ao contrário do que pensei inicialmente (pedir desculpa por me repetir), vou apenas dizer que espero que gostem desta música pelo menos tanto como eu.
nem toda a jola foi feita para ser bebida após ter passado 2 horas no congelador. não, algum tem de ser guardada muito sossegadinha num sítio plano, em pé e ser servida a 12ºC.
é aqui que entra o meu quintal. como é que alguém tem jola a 12ºC? em casa (espera-se) estão mais de 12ºC, e o frigo fica guardado para a super bock. que fazer? meter a jola no quintal.
o quintal funciona assim como um enorme frigo pelo qual não se tem de pagar electricidade. mete-se a jola no chão, sozinha ou dentro da respectiva grade (se for o caso), e sempre que se precisa de uma nova é só abrir a porta.
bonito é ir buscar uma garrafa de jola cheia de areia, toda molhadinha da chuva, fresquinha como mandam as regras. dá aquele ar artesanal de que eu gosto.