número um do top nacional de vendas

gostaria que isso quissesse dizer que estamos a aceitar-nos melhor, a aceitar a nossa história (boa e má) o facto de que nem todos gostamos de arcade fire, de indie rock e do bairro alto. alguns de nós são mesmo do futebol clube do porto, do sesimbra e até, pasme-se, do sporting. talvez isto quisesse dizer que além de nos estarmos a aceitar melhor, aceitamos melhor o que fomos e o que somos. que somos pimbas, desorganizados, saudosistas e que nem tudo o que fazemos é bom (música incluida). só quando aceitarmos isso tudo, a amália, o galo de barcelos, as casas de fato, o salazar, a guerra colonial, só quando dissermos fizémos esta merda toda mas nem por isso somos menos bons é que todos os outros poderão passar a olhar para nós com outro olhar.

infelizmente, acho que isto não quer dizer nada: é apenas mais um pimba no top nacional de vendas. não nos estamos a aceitar melhor, o portugal urbano continua sem aceitar e sem querer entender o portugal pimba, preferindo ignorá-lo e esquecê-lo, preferindo transmitir uma imagem lounge do portugal moderno.